O número 7 também está representado na palavra SETEmbro. São algumas das coincidências que esta data nos remete. Há exatos quarenta e SETE anos começava a história do contato com o povo indígena Paiter Suruí. No início eram cerca de cinco mil indígenas, em menos de três anos esse número caiu para cerca de 300 habitantes. Hoje contam com uma população de aproximadamente 1,3 mil indígenas. Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que na língua Tupi Mondé significa “gente de verdade”, “nós mesmos”, quem primeiro surgiu no mundo, um povo de raiz, de qualidade, da natureza. Hoje o povo Suruí, utiliza o nome Paiter Suruí, respeitando a autodenominação e o nome dado pela FUNAI no tempo do contato durante a expedição chefiada pelo sertanista Francisco Meirelles e o filho dele, o Apoena Meirelles em 7 de Setembro de 1969. Na época o Estado recebeu muitos migrantes que vieram de várias partes do país para Rondônia em busca de terras e uma vida melhor. Eles foram incentivados pelo governo federal, através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.
Encontramos relatos desse contato em diversos trabalhos como o produzido pelo indígena Naraykopega Suruí ao concluir o curso de graduação da Universidade federal de Rondônia. No trabalho denominado “UM OLHAR PARA A HISTÓRIA E AS LUTAS DO POVO PAITER SURUÍ DE RONDÔNIA” Naraykopega Suruí contou com os relatos de diversos indígenas, além da experiência pessoal. Os Suruí até hoje vivem na Terra Indígena Paiterey Karah Ká – Terra Indígena Sete de Setembro, em um espaço de aproximadamente 248.147 mil hectares, localizado no sudeste de Rondônia e noroeste de Mato Grosso. Mas segundo os próprios indígenas o território onde viviam era muito maior. Em seu trabalho Naraykopega Suruí aponta pontos positivos e negativos do contato. “penso que além das coisas ruins, o contato trouxe coisas boas, por exemplo: foi reduzido o conflito com outros grupos indígenas e não indígena isolados através da ação da FUNAI, foi possível conhecer um pouco mais o mundo do branco, utilizar suas ferramentas – antes do contato a gente usava a flecha hoje usamos o documento escrito, a tecnologia digital e outros, assim juntamos os dois mundos de conhecimentos, o do branco e os nossos costumes tradicionais. Como Paiter Suruí e gente de verdade, utilizamos a tecnologia do não indígena na atualidade na é nossa grande arma que mostra ao mundo, com certeza o primeiro povo indígena que luta para salvar o mundo, o planeta. Este trabalho tem sido divulgado e está espalhado para o mundo inteiro conhecer o nosso plano de 50 anos oportunizado pela tecnologia digital é uma ferramenta muito importante para nosso povo Paiter e para toda a humanidade”.
O trabalho conta ainda com narrativas riquíssimas sobre os Paiter fazendo uma reflexão sobre o contato. O material, transcrito a seguir, pode ser encontrado na Revista Partes através do link
http://www.partes.com.br/2015/07/06/um-olhar-para-a-historia-e-as-lutas-do-povo-paiter-surui-de-rondonia/#.V898fvkrLmg