A pandemia do novo coronavirus fez com que os Uru-eu-wau-wau parassem de vender sua produção nas cidades próximas à terra indigena. O comércio de farinha, castanha, banana, café, dentre outros, era parte fundamental da economia e subsistência das aldeias. Por isso, e também para minimizar a saída dos indígenas do território demarcado, a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé resolveu doar cestas básicas para toda a etnia. Dois indigenistas da organização, que já estavam previamente em isolamento voluntário por vários dias e sem apresentar nenhum sintoma, viajaram até cidades pequenas do interior de Rondônia, onde não existem casos do coronavirus, e compraram e higienizaram os produtos. O processo inteiro foi realizado com muito cuidado, sempre de luvas e máscaras, e a entrega foi feita próxima a entrada das aldeias, ou seja, longe das cidades mas não dentro das comunidades. Um panfleto com os cuidados necessários nesse momento também estava incluso em cada cesta básica. Apesar da ação envolver diretamente o mínimo de pessoas possível, todas as famílias do povo foram atendidas – e o máximo de precaução foi tomado. No total, foram 41 cestas básicas para todas as seis aldeias do povo Uru-eu-wau-wau e a Kanindé também está realizando ações semelhantes com outras etnias indígenas da Amazônia. Além disso, a ação foi realizada em conformidade e contato com os técnicos do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ministério da Saúde.